Assistir a As Vantagens de Ser Invisível (2012) dá uma sensação de nostalgia muito forte, doída até. Daquela época em que fazemos alguns daqueles que serão nossos melhores amigos. Descobrimos livros e músicas, que passam a ter significados maiores do que simples entretenimento. Temos as primeiras de tantas experiências. Conseguimos ser sinceros sem medo das consequências, a ponto de machucar pessoas. Somos ingênuos, and that's ok.

Claro que há um senhor esteriótipo nisso, que hoje é até mais possível por causa da ascensão dos geeks e dessa coisa de ser cool, ou algo assim (Sam já mais interessante, porque ela consegue transitar entre os "mundos", enquanto Charlie e Patrick já são mais restritos, ou mesmo Brad faz um tipo). Gente que antes era só aloprada passou a ser legal, e virou até meio modinha ser "diferente", ainda que nessa tanta gente acabe sendo mais forma do que conteúdo, até porque a própria ideia de "diferente" pode ser questionada, já que... bem, tem muita gente querendo ser, então não seria igual?
Mas Charlie, Patrick e Sam (a propósito, esqueça Hermione e se apaixone por ela, é impossível resistir) vão além disso. Fica difícil não se lembrar de Holden Caufield, resguardadas as devidas proporções; mas o bildungsroman (rápido e rasteiro, um romance de aprendizagem ou formação) é bastante gritante, e uma delícia de acompanhar, ao mesmo tempo que faz qualquer um se lembrar das próprias experiências ou lamentar por aquelas que não teve, que deixou passar por motivos que na época pareciam tão importantes e hoje são ignorados.
O negócio é que o filme é meio doído de ver, e não só por causa de alguns choques que ele pode causar com elementos bem pesados, mas por se ver nele, e por ver outros que estão sendo.
E também porque gente que diz gostar tanto de música boa demora horrores pra descobrir David Bowie. Essa não dá pra engolir, na era do Google. Sério.