Tem gente que não gosta do Will Smith. E tem gente que, acertadamente, acha que À Procura da Felicidade (2006) é um filme bonito, comovente por ser uma história real, mas que... bem, deu no saco, um pouco.
O curioso foi que a parceria Smith / Muccino foi repetida num filme, Sete Vidas (2008), que acabou passando até um pouco despercebido. Boa parte da crítica malhou o filme, diante de certas inconsistências de linearidade e umas partes meio absurdas no roteiro (jellyfish, sério?), ou mesmo por conta do over drama que o filme é - com certeza foi feito pensando em pessoas com caixinhas de lenço ao lado, ou pelo menos algo assim.
Mas, sinceramente, o que impressiona no filme é o Ben de Will Smith. Ele manda muito bem, apesar de certas "acusações" de que ele estaria exagerando, e em alguns pontos talvez esteja mesmo (lenços), mas não dá pra imaginar alguém em busca de tamanha redenção e disposto a tamanho sacrifício que não tenha conflitos internos. Isso é o que fica estampado na cara dele o filme todo.
Agora, é de se perguntar: até que ponto as pessoas estão dispostas a irem em nome da pura e simples generosidade? Sem remorso, sem culpa, sem pretensões maiores. Bondade por bondade, sequer pensando num possível desfecho favorável lá no other side, às portas de São Pedro ou entidade religiosa o que o valha. E sempre pensando em bondade em formas de ação, não de dó ou revolta pacíficas, em frente à TV, quando as notícias deveriam ao menos ter esse efeito.
Parece que é tão irreal que só mesmo com um peso do mundo nas costas, e é nisso que esse filme acerta, e consegue o resultado "caixinha de lenço", ao menos com boa parte da audiência. Fica difícil ficar reparando em erros e em outras coisas, mesmo furos, porque o ponto é que se cada um tivesse um "cadim" de Ben, as coisas já seriam bem melhores.