Cooming Soon

Quando se tem a chance de passar algumas horas de bobeira na frente do PC no meio da semana, você inevitavelmente cai no IMDb, se for um cinéfilo assumido e corrompido como eu. Daí que me veio fazer um Top 5 de filmes que eu quero ver ainda esse ano, mas como (des)graça pouca é bobagem, resolvi pensar em todos que eu quero mesmo ver, e até mesmo explicar.

A ordem tem algum sentido pelas datas, não por preferência. E acho que isso aqui tá mais interessante que o folhetinho do Cinemark, hein? Não se esqueça de imprimir e guardar na carteira.

1. The Hangover (21 de agosto)
O trailer pareceu absurdamente divertido, e filmes em Vegas costumam ser divertidos.

2. 9 (11 de setembro)
Animação pós-apocalíptica, sem humanos? Interessante, não? Ainda mais quando é produzido por Tim Burton.

3. Los Abrazos Rotos (24 de setembro, no Festival Internacional do Rio de Janeiro)
O mais novo de Almodóvar, sempre com a adorável e ótima Penélope Cruz.

4. The Informant! (9 de outubro)
Matt Damon e Steven Soderbergh juntos, com produção de George Clooney, em filme sobre fatos reais e mundo corporativo. Precisa mais?

5. Shutter Island (9 de outubro)
Uma nova parceria entre Leonardo DiCaprio e Martin Scorsese, com um elenco bem competente, merece ser visto com bons olhos.

6. A Serious Man (9 de outubro)
Depois dos fantásticos Onde Os Fracos Não Têm Vez e Queime Depois de Ler, os irmãos Cohen voltam. E eu acompanho.

7. The Boat That Rocked (16 de outubro)
Junte Philip Seymour Hoffman e um filme baseado em história real sobre música que sai coisa boa, garantido. Quase Famosos tá aí pra provar isso.

8. Inglorious Basterds, (23 de outubro)
Brad Pitt, Tarantino, Guerra sem melodrama Spielbergiano.

9. District 9 (30 de outubro)
Peter Jackson resolve fazer ficção, depois de ter lido The Lathe of Heaven, ao que me parece.

10. (500) Days of Summer (13 de novembro)
Zooey Deschanel e um trailer com The Smiths de uma história de amor que, bem, não é de amor.

11. 2012 (13 de novembro)
Filmes-catástrofe já deram, mas esse parece ser no mínimo curioso e tem John Cusack.

12. Zombieland (4 de dezembro)
Porque todo mundo tem direito a uma porcaria ou outra, e porque filmes de zumbis são legais.

13. Where The Wild Things Are (1 de janeiro de 2010)
Sei que é ano que vem - aqui no Brasil -, mas é o mesmo Spike Jonze que trabalha com Charlie Kaufman, fazendo um filme sobre o mundo infantil. Não vejo onde pode dar errado.

14. Sherlock Holmes (8 de janeiro de 2010)
Outro que é pro ano que vem (não pros norte-americanos), mas não dá pra deixar de ficar animado com Guy Ritchie trabalhando com Robert Downey Jr. e Jude Law, pra finalmente fazer um filme sem um Holmes nojento. Ao menos, é o que o trailer dá a entender.

15. Funny People (?)
Adam Sandler fazendo meio que ele mesmo numa comédia mais séria, com o pessoal de O Virgem de 40 Anos e outros tantos filmes ótimos, dirigido por Judd Apatow. Outro que não pode dar errado, e vem para apagar Zohan.

Aceitamos reservas, mas somente nos cinemas.

"That's not what Optimus would want."

O primeiro Transformers me decepcionou horrores, a ponto de eu não comprar o DVD que estava a R$ 10 na locadora aqui perto de casa. Ver Optimus Prime com boca e piscando, Jazz virar um manobot, o filme girar em torno de um Sam bobo (alguém aí disse Shia LeBeouf?) que fica o tempo todo correndo atrás de uma mulher (tudo bem, é a Megan Fox), um Starscream realmente leal ao Megatron e piadas desnecessárias... foi de chorar, e pelo menos eu não fui ao cinema. Daí, agora sai o segundo filme, com uma tradução péssima no nome que dá pra entender, e com... Michael Bay de novo. Shia LeBeouf de novo. E a boca do Optimus Prime continua lá.

Sem ficar falando do filme em si, que pode até ser melhor do que o primeiro - ou me decepcionou menos, porque eu sabia o que esperar -, foi curioso como ele me fez pensar em duas coisas: na Veja e no Rubens Ewald Filho, sujeito que sempre me irritou mas fez uma crítica que faz sentido. Primeiro, quando a Veja falou sobre Nova Iorque Sitiada, em 1998, falou sobre os filmes de Hollywood que enrolam a ponto de você ficar com raiva, porque não precisava, e dava pra tirar uma meia hora do filme tranquilamente que nada ia ser comprometido. Era o caso do filme em questão (116 minutos) e de Encontro Marcado, aquela lenga-lenga com Brad Pitt de 178 minutos, do mesmo ano. O novo Transformers: A Vingança dos Derrotados tem seus 150 longos minutos, e dava pra tirar - o quê? - uns 30 ou mais dele, sem perder nada de bom que o filme tem. Afinal de contas, qual a importância de ver festas de faculdade, uma mãe que come space cakes dando piti no campus, uma baboseira de diálogos vazios entre militares pra ver quem é mais macho? Megan Fox é linda, mas é preciso MESMO ficar vendo ela se levantando sempre em câmera lenta, pra dar aquele contraste entre os olhos dela e a areia? Não, não precisa. É pra isso que servem edição e extras no DVD, mas parece que tem gente que gosta. Quem riu da piada das "bolas" do Devastator precisa seriamente faz um teste de QI.

Claro, alguém pode me dizer "E você queria o quê? Você tava vendo um blockbuster de Hollywood com o Michael Bay!" ou algo do tipo, mas eu contra-argumento: existe vida inteligente nos blockbusters que só têm por função divertir. Pena que às vezes ela é deixada de lado por completo.

Daí me vem a parte do Rubens, o "grande" crítico de cinema brasileiro. Ele andou me surpreendendo com o que disse sobre alguns filmes recentes, finalmente deixando a diversão por diversão no cinema entrar na sua vida. E ele acertou uma em cheio sobre Optimus Prime e cia: é demais. Tem horas que não dá pra entender absolutamente NADA do que está acontecendo na tela, quem está atirando em quem, onde eles estão. Já me acostumei com cenas visualmente poluídas, mas a batalha no deserto do Egito (aliás, esses desertos com construções que aparecem do nada são bem curiosos) me deixou mais perdido em cego em tiroteio, literalmente. A correria na China também, mas essa dava pra acompanhar um pouco melhor, ainda que eu não entenda qual o motivo por que um diretor tem que colocar a câmera grudada no que está acontecendo. Se eu quero ver, por exemplo, a transformação do Devastator, pode ser um pouco mais de longe, pra ver o bendito Decepticon montado, e não um monte de ferro todo colorido. Mas não, tem que ser tudo colado. Uma pena, porque quando o serviço é bem feito, como a briga na "floresta", o resultado é muito bom, e esse braço eu dou a torcer: fora as bocas e olhos que piscam, Michael Bay deu mesmo vida aos Transformers todos.

Agora, mais curioso de tudo foi ver a importância da conversa sobre quem diz "I love you" primeiro, Sam ou Mikaela. Claro, não tinha o menor sentido ou importância para com o resto do filme, mas foi estranho e até legal ver como finalmente alguém relutou em dizer, não foi aquele caso de namorico de 2 meses em que todos se amam, para dali a 3 meses estar amando profundamente outra pessoa. Sam diz isso primeiro para Bumblebee, um robô, mas para a namorada ele não consegue. Será a salvação do tão banalizado "Eu te amo"? Espero que pelo menos isso fique na cabeça da molecada que lota os cinemas. Acho que o nobre (e fodão) Optimus Prime ia gostar disso, se acontecesse, porque as piadas e os excessos do filme, além da sua boca... acho que ele não ia querer tudo isso.